Resposta da frequência cardíaca de cardiopatas betabloqueados durante teste de força isocinético para grupo muscular da coxa

Data
2015-11-27
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Resumo
A reabilitação cardíaca, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, é o somatório das atividades necessárias para garantir aos pacientes portadores de cardiopatia as melhores condições físicas, mentais e sociais, de forma que eles consigam, pelo seu próprio esforço, reconquistar uma posição normal na comunidade e levar uma vida ativa e produtiva. O uso do medicamento beta-bloqueador na terapêutica desses pacientes é comumente utilizado como um método seguro durante a realização de exercícios físicos e a crescente utilização do dinamômetro isocinético na reabilitação ortopédica requer conhecimentos dos ajustes fisiológicos gerados por esse tipo de exercício. Este estudo objetiva analisar a resposta da freqüência cardíaca (FC) em pacientes cardiopatas beta-bloqueados ativos e sedentários durante realização de teste isocinético para grupo muscular da coxa em diferentes velocidades angulares e ainda, medir e comparar as variáveis pico de torque (PT), trabalho total (TT) e potência média (PM) alcançada nos testes. A amostra foi composta por 28 cardiopatas, todos beta-bloqueados e do sexo masculino divididos em 4 grupos: grupo 1 (controle): cardiopatas sedentários; grupo 2: cardiopatas dos 50 aos 59 anos; grupo 3: cardiopatas dos 60 aos 69 anos e grupo 4: cardiopatas acima de 70 anos. Todos realizaram teste isocinético no modo concêntrico/concêntrico para extensão e flexão do joelho, nas velocidades angulares: 90º/s e 180º/s. A FC foi verificada em repouso, imediatamente após cada um dos testes e após o tempo de recuperação de 4 minutos, entre cada teste. Foi solicitado aos participantes a aferição da percepção subjetiva de esforço (PSE), através da escala de OMNI-RES, após cada teste. Para a variável dependente FC foi utilizado o teste de ANOVA e Teste de Bonferroni. Para PSE recorreu-se ao teste para amostra pareada. Para as variáveis: PT, TT e PM, dada a não normalidade dos dados, utilizou-se a análise de variância não paramétrica Kruskal Wallis, com um nível de significância de 5%. Em relação a FC de repouso, observou-se que houve um aumento estatisticamente significativo da FC imediatamente após o primeiro teste, 90º/s, (p<0,05) porém, na análise percentual, a FC atingida após este teste não atingiu 65% da FC máxima prevista. Houve um aumento significativo da FC após o teste de 180º/s em relação a FC de repouso apenas no grupo controle. Houve diferença estatisticamente significativa na variável PT (P<0,05) apenas no teste de 180º/s de todos os grupos e ainda, observou-se que quanto maior a idade dos participantes, menor o PT, o que pode estar associado a sarcopenia. Não houve diferenças estatisticamente significativas no que se refere às variáveis TT e PM. Podemos concluir que o teste isocinético, no modo concêntrico/concêntrico, a uma velocidade angular de 90º/s é seguro para cardiopatas beta-bloqueados. Os nossos resultados sugerem que o teste isocinético na velocidade angular de 180º/s para população estudada, acima dos 70 anos, não é recomendável pelo fato destes indivíduos apresentarem indícios de sarcopenia.
Cardiac rehabilitation, according to the World Health Organization, consists on the activities necessary to ensure that patients with heart disease has the best physical, mental and social conditions, so that they through their own efforts, regain a normal position in the community and lead to an active and productive life . The use of the beta-blocker therapy in these patients is commonly applied as a safe method for performing physical exercises. The increasing use of the isokinetic dynamometer in orthopedic rehabilitation requires knowledge of the physiological adjustments generated by this type of exercise. This study aims to analyze the heart rate (HR) response, in active and sedentary beta-blocked patients during isokinetic exercises to the thigh muscle at different angular velocities. The sample consisted of 28 males, beta-blocked cardiac patients, divided into 4 groups: G1 (control); G2 50 - 59 years; G3 60 - 69 years and G4 over 70 years. All patients underwent isokinetic testing in concentric/concentric mode for extension and flexion of the knee at two different angular velocities (90 °/s and 180º/s). HR was observed at rest, immediately after each test and after the recovery (rest time 4 minutes). After each test participants were asked to measure the perceived exertion (RPE) by OMNI-RES scale. To analyze the dependent variable FC we used the ANOVA and Bonferroni test. For RPE it was used the paired sample test. To the variables torque, total work and potency, given the non-normality of the data, we adopted the nonparametric analysis of variance Kruskal Wallis test. The significance level was maintained at 5%. Compared to resting HR, it was observed that there was a significant increase in HR immediately after the first test 90°/s (p<0.05 ), but considering the percentage analysis, the HR has not reached 65% of the predicted maximum HR. In the control group (G1), it was observed a significant increase in HR after 180°/s test to resting HR. There was a statistically significant differences in the torque (p<0.05) only at 180°/s for all tested groups and also we observed as higher the age lowest torque, which may be associated with sarcopenia. It was concluded that isokinetic test in concentric/concentric mode, at a velocity of 90 °/s is safe for heart disease patients beta-blocked. Our results suggest that isokinetic testing in the angular velocity of 180 °/s for the population above 70 years is not recommended.
Descrição
Dissertação de Mestrado em Ciências do Desporto, Especialização em Avaliação e Prescrição da Atividade Física
Palavras-chave
Aptidão física , Composição corporal , Alunos , Desporto federado , Estágios pedagógicos
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