Inteligência emocional em gestores de enfermagem

Data
2016-01-28
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Projetos de investigação
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Resumo
A Inteligência Emocional (IE) tem assumido peculiar importância no mundo do trabalho, nas mais variadas profissões e nas diferentes organizações. Atualmente a IE assume especial destaque no contexto organizacional, gerando amplas discussões sobre a sua importância no desenvolvimento organizacional e no desenvolvimento e envolvimento dos seus colaboradores. As capacidades da IE são, na opinião de alguns investigadores, desenvolvidas na infância, mas simultaneamente, flexíveis e capazes de serem desenvolvidas e alteradas ao longo da vida da pessoa. Outros investigadores salientam que as experiências vividas nos ambientes laborais têm um impacto significativo neste processo de desenvolvimento. Parece existir, assim, um consenso implícito de que a IE pode ser desenvolvida e aperfeiçoada através de momentos de reflexão sobre a prática, levando à estimulação do crescimento emocional da pessoa e à melhoria da sua qualidade de vida, da qualidade de vida no trabalho, do aumento da satisfação profissional e consequentemente da sua produtividade. Tendo presente estas considerações emergiu em nós um interesse crescente pelo tema “Inteligência Emocional em Gestores de Enfermagem”. Com esta investigação pretendemos avaliar o impacto da formação em IE na Inteligência Emocional percebida pelos Enfermeiros Gestores de uma Organização de Saúde, na importância que atribuem à sua qualidade de vida no trabalho e na relação com os enfermeiros que com eles colaboram. Desta investigação fazem parte quatro estudos, em que utilizámos metodologia quantitativa e metodologia qualitativa. No primeiro estudo, optamos pela Trait Meta-Mood Scale (na sua versão portuguesa modificada) para avaliar a IE, realizámos a sua validação para os enfermeiros portugueses. No segundo relacionámos a Inteligência Emocional percebida pelos Enfermeiros Gestores com a Qualidade de Vida no Trabalho e o Stresse Profissional. Para tal recorremos ao inventário da Qualidade de Vida no Trabalho (importância/frequência) e ao Inventário do Stresse Profissional (intensidade/frequência). No terceiro efetuámos o levantamento das necessidades formativas dos Enfermeiros Gestores relativamente à IE delineámos o programa de formação “Inteligência Emocional em Gestores de Enfermagem” e implementámo-lo. No último estudo realizámos a avaliação do impacto da formação “Inteligência Emocional em Gestores de Enfermagem” na Inteligência Emocional percebida pelos Enfermeiros Gestores, na importância que atribuem à Qualidade de Vida no Trabalho e na relação que mantém com os Enfermeiros das Equipas que gerem. Verificámos que o valor médio da Inteligência Emocional total percebida pelos Enfermeiros Gestores subiu após a formação “Inteligência Emocional em Gestores de Enfermagem”, com resultados estatisticamente significativos na dimensão “Atenção”. Relativamente à Qualidade de Vida no Trabalho (importância) corroborámos a existência de relação entre as três dimensões da Inteligência Emocional e as seis dimensões da Qualidade de Vida no Trabalho, verificando-se uma subida, após a realização da formação, do valor médio total do Inventário da Qualidade de Vida no Trabalho. Na relação dos Enfermeiros Gestores com os Enfermeiros das Equipas que gerem concluímos que, na perspetiva dos Enfermeiros, se verificaram mudanças nomeadamente: maior proximidade com a Equipa, maior prudência, melhoria da comunicação e maior atenção aos sentimentos dos outros. Perante os resultados obtidos nesta investigação, pode afirmar-se que a implementação de programas de formação em IE é uma ferramenta imprescindível na gestão de Recursos Humanos, na Qualidade de Vida dos Gestores e na concretização dos objetivos da Organização.
Emotional Intelligence (EI) has been gaining momentum in a range of professions and within several types of organizations worldwide. Currently, EI is particularly relevant within organizational contexts, fuelling the discussion of its potential role in the development of the organization, as well as in the involvement of the various stakeholders within the organization. EI ability is, according to some researchers, developed during childhood but is flexible, and thus capable of being developed throughout the person’s lifespan. Some authors highlight that the professional experience of each individual has a particular and significant role in that process. There is, thus, an implicit consensus that EI can be developed and improved through reflexive practice, which in turn may lead to the stimulation of the person’s emotional growth, an improvement in the person’s quality of life, professional satisfaction and productivity. Bearing this in mind, and given the interest in exploring the role of EI in Nursing Managers, the current study aimed to evaluate the impact of the EI training in perceived EI in Nursing Managers within one healthcare organization. The current research consisted of four studies, in which quantitative and qualitative research methods were employed. In the first study, the Trait Meta-Mood Scale (modified Portuguese version), used to evaluate EI, was validated to the population of Portuguese nurses. The second study correlated the perceived EI scores of nursing managers with professional quality of life and work-related stress. In order to do so, the Quality of Life at Work Inventory and the Work-Related Stress Inventory were applied. The third study encompassed the training needs assessment of Nurse Managers with regards to EI, as well as the development of a training programme in EI for Nurse Managers and its implementation to that population. In the fourth and final study, the impact of the training programme was assessed, in terms of the perceived EI and its influence in quality of life at work and interpersonal relationships within the teams under their supervision. The perceived average EI total score increased after attending the training programme, with statistically significant results for the dimension “Attention”. In terms of quality of life at work, the study corroborates the links between the three dimensions of EI and the six dimensions of quality of life at work; the total average score in the Quality of Life at work inventory also increased after the programme. Regarding the interpersonal relationships between Nursing Managers and the nurses in their teams, the study concluded that the nurse managers experienced a stronger proximity to the team, improved communication skills as well as feeling more aware of the feelings of others. As such, and given the results of the current study, the implementation of training programmes in EI is an imperative tool for human resource management, in terms of improving the quality of life at work, which contributes to the achievement of the organizational goals.
Descrição
Tese de Doutoramento em Gestão
Palavras-chave
Gestão dos recursos humanos , Qualidade de vida no trabalho , Esgotamento profissional , Gestor de saúde
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