Resinas de troca iónica para estabilização tartárica: Impacto na qualidade do vinho Rosé

Data
2018-05-23
Autores
Vilela, Alice Maria Correia
Nunes, Fernando Hermínio Ferreira Milheiro
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Editora
Vinideas
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Resumo
Para evitar a formação de precipitados de sais tartáricos no vinho, como o hidrogenotartarato de potássio (KHT) e o tartarato neutro de cálcio (CaT), vários tratamentos podem ser utilizados. Estes precipitados, apesar de não prejudicarem a saúde, levam a uma diminuição na aceitação do consumidor e, como consequência, a uma diminuição no valor comercial do vinho. Na estabilização tartárica de vinhos, para além do tratamento com produtos enológicos, como o ácido metatartárico e carboximetilceluloses (CMC´s), as resinas de troca iónica são um método aceite pelo OIV, conforme Resolução 43/2000 [1]. Apesar disso, são praticamente inexistentes os estudos sobre as potencialidades das resinas de troca iónica em vinhos Rosé. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi comparar o impacto de resinas de troca iónica versus aditivos enológicos, como CMC´s, com diferentes características estruturais [2], e ácido metatartárico, na estabilização tartárica e qualidade do vinho Rosé. Para isso, foram efetuados ensaios de estabilidade num vinho Rosé da região Demarcada do Douro, da vindima de 2015, quanto à sua estabilização tartárica, características físico-químicas e sensoriais. Tanto as resinas de troca iónica, como os aditivos enológicos, estabilizaram o vinho, porém, o pH mais baixo foi observado para o tratamento com resinas de troca iónica e concomitantemente um aumento aproximadamente de 1g/L da acidez total do vinho. Os valores dos catiões cálcio, magnésio e potássio foram também os mais baixos. De um modo geral, não se observaram diferenças entre tratamentos nos compostos fenólicos totais, flavonóides e não flavonóides e antocianinas totais. Verificou-se uma diminuição na intensidade da cor do vinho que também foi observada na análise sensorial. Apesar disso, o vinho tratado com as resinas de troca iónica foi o mais pontuado na análise sensorial para os atributos geralmente mais apreciados pelos consumidores, como a limpidez e o aroma frutado e menos pontuado na adstringência. Os resultados deste estudo preliminar sugerem que as resinas de troca iónica podem ser uma alternativa eficaz para a estabilização tartárica do vinho Rosé.
Descrição
Palavras-chave
sais tartáricos , estabilização tartárica , resinas de troca iónica , aditivos enológicos
Citação
Borges, Rita; Fernandes, Conceição; Marques, Celeste; Matos, Carlos; Vilela, Alice; M. Nunes, Fernando; Cosme, Fernanda (2018). Resinas de troca iónica para estabilização tartárica: Impacto na qualidade do vinho Rosé. Poster 28 apresentado no apresentado no 6º infowine.forum | Wine fiction23 a 24 de maio de 2018, Teatro de Vila Real, Vila Real, p.20