Vinculação e características empáticas no desenvolvimento de crenças e comportamentos agressivos nas relações conjugais de reclusos

Data
2018-07-04
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Resumo
A vinculação é um processo inato que se desenvolve desde o nascimento e que contribui significativamente para a sobrevivência do indivíduo logo nos primeiros anos de vida. Os laços vinculativos representam na infância um papel fundamental no desenvolvimento da capacidade de adaptação da criança ao meio social onde esta se encontra inserida. A literatura mostra que a qualidade da vinculação na infância potencia e determina cognições e comportamentos na idade a adulta, nomeadamente nas áreas do desenvolvimento social, cognitivo e emocional. O presente estudo, de carácter exploratório, tem como objetivo estudar a qualidade da vinculação de reclusos e verificar a implicação desta variável no desenvolvimento das crenças acerca da violência conjugal. A amostra é constituída por 40 sujeitos de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos. A amostra foi recolhida junto de sujeitos que se encontrama cumprir pena de prisão em regime fechado nos Estabelecimentos Prisionais de Santa Cruz do Bispo (Feminino) e do Porto. Para a recolha dos dados, aplicaram-se os seguintes instrumentos de autorrelato: Escala de Vinculação de Adultos (EVA), a Escala de Crenças sobre a Violência Conjugal (ECVC), e ainda um questionário sociodemográfico. Os resultados indicam que os indíviduos que legitimam a violência no contexto da conjugalidade são geralmente mais inseguros, demonstram dificuldades nas relações de proximidade e exibem maiores níveis de desconfiança. Os dados apontam ainda que os homicidas apresentam menos crenças legitimadoras de violência comparativamente aos reclusos condenados por outros crimes. A teoria da vinculação esteve na base dos resultados obtidos uma vez que se pretendia compreender a influência dos laços vinculativos na perpetuação da violência conjugal.
Attachment is the process for which the human being is biologically predisposed to develop given the contribution of this factor to the survival of the species itself. In childhood, binding ties play a fundamental role in the development of children's capacity to adapt to the social environment in which they are inserted.The literature shows that the quality of attachment in childhood strengthens and determines cognitions and behaviors in adulthood, particularly in the areas of social, cognitive and emotional development. The purpose of this exploratory study is to study the quality of prisoner’s attachment and to verify the implication of this variable in the development of beliefs about conjugal violence. The sample consisted of 40 subjects of both genders, aged 18 to 65. The sample was collected from individuals who are currently serving a prison sentence in a closed regime in the prison establishments of Santa Cruz do Bispo (Female) and Porto. For data collection, the following self-report instruments were applied: Adult Attachment Scale (EVA) and Beliefs Scale on Conjugal Violence (ECVC) and also a socialdemographic questionnaire. The results indicate that individuals who legitimize violence in the context of conjugality are generally more insecure, show difficulties in the proximity relations and exhibit higher levels of mistrust. The data also indicate that homicides have less legitimizing beliefs of violence compared to inmates convicted of other crimes. The attachment theory was the basis of the results obtained since it was intended to understand the influence of the binding ties in the perpetuation of the conjugal violence.
Descrição
Dissertação de Mestrado em Psicologia Clínica
Palavras-chave
teoria da vinculação , vinculação em adultos , violência conjugal
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