A primeira gramática do (Kahenda-Mbaka) Kimbundu (Lisboa 1697) de Pedro Dias, S.J. (1621/1622-1700) e a ars minor (Lisboa 1573) de Manuel Álvares, S.J. (1526–1583)

Data
2021-06-07
Autores
Fernandes, Gonçalo
Título da revista
ISSN da revista
Título do Volume
Editora
Projetos de investigação
Unidades organizacionais
Fascículo
Resumo
Pedro Dias, S.J. (1621/1622-1700) publicou a primeira gramática conhecida do Kimbundu, intitulado Arte da Lingua de Angola, oeferecida (sic) a Virgem Senhora N[ossa] do Rosario, Mãy, e Senhora dos mesmos Pretos (Lisboa 1697), para uso dos missionários jesuítas no nordeste do Brasil, com o intuito de estes instruírem e converterem os escravos oriundos de Angola e de outros países bantos da costa ocidental de África que ali viviam. A Arte de Dias, embora seja um pequeno livro (tem apenas 48 páginas) sem qualquer explicação teórica, é uma obra pioneira da linguística bantu, sendo a primeira gramática sistemática conhecida do Kimbundu, provavelmente do Kahenda-Mbaka, variante diatópica usada como língua geral ou lingua franca na Bahia e Rio de Janeiro, Brasil, nos finais do século XVII, pelos jesuítas, e a segunda gramática impressa de qualquer língua bantu, precedida apenas pelas Regulae quaedam pro difficillimi Congensium idiomatis faciliori captu ad grammaticae normam (Roma 1659) [Certas regras para melhor compreender a dificílima língua do povo do Congo, utilizando a norma da gramática] de Giacinto Brusciotto a Vetralla, O.F.M.Cap. (1601-1659). A Arte da Lingua de Angola, para além da influência do catecismo (1642) de Francesco Pacconio, S.J. (1589-1641) e António do Couto, S.J. (1614-1666), baseia-se na ars minor (Lisboa 1573) de Manuel Álvares, S.J. (1526-1583).
Pedro Dias, S.J. (1621/1622-1700) published the first known grammar book of (Kahenda-Mbaka) Kimbundu, entitled Arte da Lingua de Angola, oeferecida (sic) a Virgem Senhora N[ossa] do Rosario, Mãy, e Senhora dos mesmos Pretos (Lisboa 1697) [Grammar of the Language of Angola, offered to our Virgin Mother of the Rosary, and Lady of the Negroes] for use by the Jesuit missionaries, particularly in the north-eastern of Brazil, to instruct and convert the several Angolan and other Bantu western African slaves living there. Dias’ Arte, although a small book (only 48 pages) with no theoretical explanation, is a pioneering Bantu linguistic work, being the first known systematic grammar of Kimbundu whose Kahenda- Mbaka subdialect might be used as general or lingua franca in Bahia and Rio de Janeiro, Brazil, in the 17th century, and the second printed grammar of any Bantu language, preceded only by the Regulae quaedam pro difficillimi Congensium idiomatis faciliori captu ad grammaticae normam (Rome 1659) [Some rules to better understand the most difficult language of the Congo people, using the norm of the grammar] by Giacinto Brugiotti a Vetralla, O.F.M.Cap. The Arte da Lingua de Angola, in addition to the influence of the catechism (1642) by Francesco Pacconio, S.J. (1589–1641) and António do Couto, S.J. (1614–1666), is based on the ars minor (Lisboa 1573) by Manuel Álvares, S.J. (1526–1583).
Descrição
Palavras-chave
Brasil , Kimbundu , escravatura , colonialismo , língua geral , linguística missionária
Citação
Fernandes, Gonçalo. 2021. “A primeira gramática do (Kahenda-Mbaka) Kimbundu (Lisboa 1697) de Pedro Dias, S.J. (1621/1622-1700) e a ars minor (Lisboa 1573) de Manuel Álvares, S.J. (1526–1583)”. Confluência, Especial 30 anos: 463-488. DOI: http://dx.doi.org/10.18364/rc.2021nEsp.502