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Item Acesso Embargado Avaliação da composição florística e do estoque de carbono nas florestas de zonas áridas. Caso de estudo: Distrito de Mabalane, província de Gaza, Moçambique2023-04-21 - Chitsondzo, Clemência Carlos Eduardo; Aranha, José Tadeu Marques; Lopes, Domingos Manuel MendesCom o objetivo de avaliar a composição florística e estimar o estoque de carbono nos diferentes tipos florestais e em níveis de cobertura florestal na floresta de zonas áridas, no distrito de Mabalane na província de Gaza, Moçambique, usou-se uma amostragem aleatória estratificada e estabeleceu-se 51 parcelas com o tamanho de 50 m x 20 m, medindo-se todos os indivíduos com DAP ≥ 5 cm nos tipos florestais de: Combretum, Mecrusse e Mopane. Dentro das parcelas foram estabelecidas subparcelas para a determinação da biomassa de gramíneas e de liteira. Com base nas medições de campo, e através de equações alométricas, procedeu-se à determinação da biomassa das árvores e posterior estimativa de carbono. Também foi avaliado o carbono orgânico no solo. Para tal, fez-se a colheita de solos nas camadas de 0-10 cm; 10-20 cm; 20-30 cm. Para análise de dados foi usada a ferramenta Excel e Flor Excel versão 2022, fez-se a comparação de médias usando o Test t de Student ao nível de significância de 5%. Todas as parcelas foram devidamente georreferenciadas, o que permitiu criar um projeto em Sistemas de Informação Geográfica (SIG), por meio do software ArcGis. Posteriormente, recorrendo a ferramentas de geoestatística, foram criados mapas temáticos de distribuição espacial de estoque de biomassa e de estoque de carbono. A análise estatística mostrou que existiam diferenças estatísticas significativas entre o número de árvores nos três tipos florestais (Combretum, Mecrusse e Mopane). A biomassa arbórea no tipo florestal de Combretum foi de 47,05 ± 1,88 t.ha-1 o que correspondeu a 23,53 ± 0,94 t.ha-1 de carbono; para o Mecrusse foi de 71,26 ± 5,89 t.ha-1 estimada em 35,63 ±2,94 t.ha-1 de carbono aéreo, enquanto que no Mopane foram verificadas 18,23 ±1,07 t.ha-1 de biomassa e 9,12 ± 0,53 t.ha-1 de carbono. A análise estatística ao nível de significância de 5%, mostrou que para o carbono médio arbóreo não se verificaram diferenças significativas entre Combretum e Mecrusse. No entanto, diferenças significativas foram observadas entre o Combretum e o Mopane, e entre o Mecrusse e o Mopane. O estudo, mostrou que o carbono total acima do solo foi maior para o tipo florestal de Mecrusse em relação ao Combretum e o Mopane. A estimativa de carbono no solo mostrou que o maior teor de carbono foi depositado pelo tipo florestal de Combretum e Mopane dado que em todas as profundidades aplicadas não mostraram diferenças significativas. Relativamente ao carbono total no solo, em todas as profundidades de solo nos três tipos florestais, não se verificaram diferenças significativas. Semelhantemente o mesmo comportamento foi observado nos níveis de cobertura florestal. Numa segunda fase de estudo, atualizou-se o projeto SIG com imagens do satélite Sentinel 2 e do satélite Landsat OLI. As imagens foram calibradas e processadas de modo a permitir criar composições coloridas a falsa cor, que foram usadas para analisar a cobertura vegetal do solo em várias datas. Também foram processadas no sentido de se calcular o índice de vegetação NDVI, para várias datas, com o objetivo de verificar a sua validade na estimativa geral de biomassa florestal. Do estudo verificouse que existe correlação positiva entre o NDVI e a biomassa e a densidade das espécies sobre as imagens Landsat OLI de Setembro 2020 e Sentinel 2 de Fevereiro. A distribuição espacial mostrou maior quantidade de biomassa concentrada na região norte do distrito e menores quantidades de biomassa para a região sul, enquanto a maior concentração de carbono orgânico foi verificada na região sul do distrito devido a maior concentração de vestígios de fornos de carvão vegetal estabelecidos no passado.Item Acesso Restrito Transferência de arsénio, metais e fósforo entre solos, sedimentos e águas em duas bacias hidrográficas: Ribeira da Vilariça e Rio Vizela2022-09-22 - Vieira, Bernardete dos Santos; Roboredo, Marta Von Hafe Albuquerque; Oliveira, Anabela Ribeiro dos Reis de CastroA região norte de Portugal apresenta contrastes nos usos do solo, atribuídos principalmente à geomorfologia e ao clima. Dada esta heterogeneidade, as práticas de gestão do solo contribuem de diferentes formas para a poluição difusa. Estudos recentes apoiam as preocupações relacionadas com perdas de nutrientes e contaminantes nos solos, conflitos no uso do solo e elevados teores de fósforo e metais em sistemas fluviais regionais. Quando libertados para o ambiente, os metais e o P tendem a acumular nas camadas superficiais dos solos e sedimentos fluviais, por processos de adsorção/retenção. O enriquecimento significativo destes elementos nos ambientes terrestres e aquáticos causa efeitos adversos no ecossistema e na saúde humana. O objetivo deste trabalho foi estudar o potencial de disponibilidade de arsénio, metais e fósforo em solos, margens e sedimentos fluviais, águas fluviais e intersticiais, em duas bacias hidrográficas com geomorfologia, conectividade, uso do solo e pressões ambientais distintas: (i) predomínio de uma agricultura de regadio na bacia da Ribeira da Vilariça; (ii) predomínio de culturas associadas à pecuária, forte componente industrial e elevada densidade populacional na bacia do Rio Vizela. A amostragem dos solos decorreu no fim da estação seca, selecionando-se amostras representativas dos principais usos do solo em cada bacia. As margens, sedimentos e águas foram amostradas no final da estação seca e estação húmida. Os teores parciais de metais e arsénio determinados por digestão com aqua regia demonstraram uma amplitude de variação de teores elevada nas duas bacias. Nas amostras de solos observaram-se teores relativamente elevados de cobalto, cobre, chumbo e zinco em Vizela, e de o arsénio, cádmio e níquel em Vilariça. As amostras de sedimentos de ambas as bacias, mostram uma tendência idêntica, mas um padrão de distribuição mais complexo em relação à época e ponto de amostragem. Para avaliar a mobilidade e a possível origem destes elementos, recorreu-se a um método sequencial de extração química, considerando cinco frações geoquímicas. Os resultados revelaram que o cádmio, chumbo, cobre e zinco apresentam uma elevada proporção nas frações mais lábeis, sugerindo contribuição de fontes antrópicas. Na fração de troca, os teores destes elementos excedem em alguns locais de amostragem o threshold effect limit e o probable effect limit, indicando um maior risco potencial de mobilidade para a coluna de água. O níquel, cobalto e crómio apresentam proporções relativamente altas na fração residual, expressando uma contribuição significativa de fontes litológicas. No que diz respeito ao fósforo, fez-se uma caracterização para o conjunto de todas as amostras, considerando o fósfoto total, inorgânico, orgânico e biodisponivel. Num conjunto de amostras selecionadas, para além destes parâmetros, fez-se um estudo aprofundado dos seguintes parâmetros, que permitem compreender as diversas formas de fósforo nos materiais e sua labilidade: fracionamento do fósforo inorgânico, isotermas de adsorção, capacidade máxima de retenção e grau de saturação em fósforo. Os solos de Vizela apresentam teores de fósforo total, e consequentemente inorgânico e orgânico mais elevados. Estes resultados refletiram-se na avaliação do fósforo extraído por membranas de troca aniónica, contudo os valores mais elevados de fósforo extraído em água observados em Vilariça para a mesma classe de fertilidade são indicativos de maior suscetibilidade a perdas nesta bacia. Em Vizela o fósforo dos solos encontra-se maioritariamente associado a alumínio, e em Vilariça predomina associado a cálcio e ferro. Relativamente ao uso do solo, destacam-se em Vilariça os solos ocupados pela vinha, fruteiras e culturas hortícolas e em Vizela os solos hortícolas pela elevada saturação em fósforo. Nas margens, o fósforo extraído em água e por membranas de troca aniónica identificaram situações com elevadas quantidades de fósforo biodisponível, em ambas as bacias. Tanto a capacidade máxima de retenção como o grau de saturação em fósforo apresentaram valores com pouca oscilação entre bacias, destacando-se os valores de grau de saturação mais elevados no fim da estação húmida. Os parâmetros de adsorção e a análise do fósforo permitiram identificar áreas de elevado risco de perdas de fósforo em Vilariça e em Vizela, confirmando os teores de fósforo solúvel reativo obtidos nas amostras de água intersticial. Em Vilariça, no fim da estação seca os sedimentos contribuem para o enriquecimento das águas em fósforo, contrariamente à estação húmida, as águas de escorrência enriquecidas em fósforo podem do mesmo modo contribuir para este enriquecimento, dado os elevados valores de grau de saturação. Em Vizela destacam-se os elevados graus de saturação em fósforo nos sedimentos, em particular na época seca. Em suma, estes resultados revelam uma grande variabilidade de As, Cu, Pb, Zn e P disponível nos solos, margens e sedimentos de ambas as bacias e, nalgumas situações os valores obtidos são indicativos de risco ambiental para os cursos de água.Item Acesso Restrito Análise dendrocronológica de árvores adultas em um fragmento florestal em Manaus, Amazonas2022-09-19 - Mady, Francisco Tarcísio Moraes; Lousada, José Luís Penetra Cerveira; Silva, Maria Emília Calvão MoreiraMonitorizar o impacto ambiental em áreas metropolitanas é fundamental para aferir a poluição resultante do crescimento urbano associado à atividade industrial. O objetivo deste estudo foi analisar as camadas de crescimento do caule de árvores adultas do fragmento florestal urbano do Campus da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), a fim de identificar possíveis alterações resultantes da pressão exercida pelo crescimento urbano e industrial de Manaus, a maior cidade da Amazónia brasileira. A partir de 1967, um projeto de desenvolvimento regional denominado Zona Franca e a instalação de um Polo Industrial em Manaus impulsionaram o crescimento da cidade, que conta atualmente com mais de 400 indústrias e cerca de 2,2 milhões de habitantes. Os 600 hectares do Campus da UFAM, área remanescente deste processo expansionista, constituem um imenso fragmento florestal urbano na cidade de Manaus e abrigam árvores nativas de grande porte e rica biodiversidade. Para este trabalho, foi considerado o período entre 1967 e 2019, que compreende, respetivamente, o início da expansão industrial e urbana, até o ano em que foram colhidas as amostras. Foram selecionadas 27 árvores adultas deste fragmento, divididas em 2 grupos: um contendo 15 indivíduos de zona periférica ou sujeita a atividade antrópica intensa e outro com 12 indivíduos de uma área mais interna e melhor conservada. Foi utilizada a dendrocronologia para conhecer a idade das árvores estudadas, identificar os anéis de crescimento correspondentes aos três pontos de análise (1960 – fase pré-industrial, 1990 e data atual). A anatomia da madeira foi empregada para a análise quantitativa dos elementos axiais do lenho. A microdensitometria para determinar a variação de densidade ao longo do tempo e a dendroquímica para identificação e quantificação de Metais Potencialmente Tóxicos. O trabalho conta ainda com um vasto suporte histórico e geográfico que permite uma perceção mais abrangente do contexto em que a pesquisa se desenvolveu. Os resultados indicaram haver um comportamento generalizado de redução nas dimensões das células em todas as espécies selecionadas para este estudo, em pelo menos um dos três parâmetros analisados – comprimento de células vasos, diâmetro de vasos e comprimento de fibras. Foi detetada a presença de Metais Potencialmente Tóxicos (As, Cd, Cr, Ni, Pb e V) no caule de todas as árvores analisadas mesmo na fase pré-industrial de Manaus. A dendrocronologia permitiu estimar a idade das árvores, encontrando indivíduos de até 191 anos, além de indicar as espécies em que as camadas de crescimento são mais evidentes e que podem ser usadas em futuros estudos de monitorização ambiental. Em relação a microdensitometria, o período que corresponde à fase industrial coincide com a ocorrência de alburno na madeira, não tendo sido possível analisar diferenças no período entre 1967-2019, recomendando-se que este estudo densitométrico do impacto ambiental dos primeiros 50 anos de existência do Polo Industrial de Manaus, seja refeito em um momento futuro, quando não houver mais o risco de sombreamento sobre o período amostrado.