DGEO - Teses de Doutoramento

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  • ItemAcesso Restrito
    Estrela Geoparque Mundial da UNESCO como forma de promover o desenvolvimento sustentável, proporcionando uma nova visão sobre os recursos do território
    2023-01-30 - Fonseca, Paulo Alexandre Ribeiro Ferreira Dias da; Sá, Artur Agostinho Abreu e; Madureira, Lívia Maria Costa
    A Serra da Estrela é a maior serra de Portugal continental ficando situada na zona centro do país. A sua formação está associada à Orogenia Alpina, onde as forças tectónicas envolvidas foram responsáveis pelo soerguimento de grandes blocos, entre os quais os do alinhamento Montejunto-Estrela. A importância de proteger e divulgar o património da Serra da Estrela, principalmente o geológico, e a necessidade de desenvolver socialmente este território de forma sustentável, foram premissas para a criação do Estrela Geoparque Mundial da UNESCO (EUGGp) em julho de 2020. Contudo, o trabalho que levou à sua constituição já se reflete na região há vários anos. O EUGGp, tal como qualquer outro Geoparque Mundial da UNESCO (UGGp), procura, através do seu património geológico e do geoturismo, criar uma dinâmica de desenvolvimento social para o território. O papel de facilitador do EUGGp na transmissão de conhecimento e ajuda na resolução de problemas da sua população é importante para a envolver, agregar e desenvolver o sentido de pertença. Contudo, se pretendemos manter o património natural, temos de ter em atenção que isto é um processo que tem de ser evolutivo, pois o desenvolvimento sustentável baseado no turismo é muito importante para promover o território. Porém, a jusante, o turismo tem muitos inconvenientes quando se trata de proteger o património, em particular o património natural. Para promover o desenvolvimento socioeconómico sustentável do seu território, sem depender só do turismo, o EUGGp deve direcionar as suas ações para a promoção de outras atividades económicas, que aproveitem as atuais condições proporcionadas pelas novas tendências da economia, que tem em consideração os impactos negativos causados ao ambiente. Com o presente trabalho pretendemos demonstrar que existem outras formas de aproveitar o património natural da região da Serra da Estrela, em particular o geológico, para o desenvolvimento de atividades económicas sustentáveis, que reduzam a dependência do território do EUGGp do turismo, que em excesso prejudica o património, em especial o natural. A aposta nos serviços de ecossistema (SE) públicos naturais, é um dos caminhos. Para isso é importante o papel de facilitador do EUGGp, na promoção do conhecimento técnico mais específico. Assim, foi criada uma caraterização tipológica de geossítios com base em caraterísticas geológicas distintivas, influenciadoras dos SE naturais públicos, através de dois conjuntos de SE: infiltração/purificação da água e absorção/captura de carbono. Neste contexto, foram também verificadas as capacidades de facilitador do EUGGp na transmissão do conhecimento e resolução de problemas, assim como a sua capacidade de envolver a sua população para esta mudança de paradigma. Os resultados mostram que os geossítios possuem capacidades diferenciadoras na produção de SE naturais públicos e que o aproveitamento destes serviços é importante para a redefinição de políticas para o território e para o desenvolvimento de atividades agregadas à nova economia, o que implica a divulgação do conhecimento específico. Neste ponto, os dados mostram que o EUGGp, ao promover o conhecimento mais específico, associado à Geoconservação e o Desenvolvimento Sustentável, e por possuir capacidade de ultrapassar os bloqueios e alavancar os apoios, reúne condições para promover este tipo de conhecimento, que proporciona uma melhor utilização económica sustentável dos geossítios, o que favorece a sociedade, envolve a comunidade e potencia a governança do território, necessitando, contudo, para a plena execução do seu projeto, ser eficiente na comunicação à população.
  • ItemAcesso Aberto
    Caracterização geológica, mineralógica e geoquímica dos granitos da Senhora da Graça e Paradança (Mondim de Basto) e seu interesse didático no ensino da Geologia
    2018-04-16 - Gomes, Sílvia Catarina Coelho; Teixeira, Rui José dos Santos; Gomes, Maria Elisa Preto
    Na região estudada de Mondim de Basto afloram três granitos (Senhora da Graça – SG; Vilar de Viando – VV e Paradança – PD) que intruíram rochas metasedimentares das Unidades de Canadelo e Mouquim, do Silúrico Superior – Devónico Inferior e da Unidade de Vila Nune, do Silúrico Inferior, situados na Zona da Galiza-Trás-os-Montes, originando frequentemente micaxistos nas zonas de contacto. São frequentes, no granito PD, ocorrências de filões intrusivos de aplito e quartzo. Todos os granitos são constituídos por quartzo, microclina micropertítica, plagioclase, biotite, clorite, moscovite, zircão, apatite, monazite, ilmenite e rútilo, mas turmalina apenas foi encontrada nos granitos SG e VV. Os granitos SG e VV são moscovítico > biotíticos, enquanto o granito PD é essencialmente moscovítico. O aplito de Paradança (PD) contém quartzo, microclina, plagioclase, moscovite, apatite e zircão. O granito SG apresenta alguns encraves sobremicáceos e, mais raramente, xenólitos e encraves microgranulares. No granito PD ocorrem essencialmente xenólitos próximo das zonas de contacto. Os granitos SG, VV e PD correspondem a pulsações magmáticas distintas e são do tipo S, pois têm ASI ≥ 1.28, perfis de terras raras enriquecidos em LREE em relação às HREE, com anomalia negativa de európio, valores de (87Sr/86Sr)i compreendidos entre 0.7087 e 0.7149, εNdt de -9.1 a -8.1 e δ18O de 11.87 a 12.81 ‰. Os valores médios de (87Sr/86Sr)i e εNdt indicam que os granitos SG e PD tiveram origem na fusão parcial de materiais metassedimentares heterogéneos/distintos, compatíveis com a assinatura isotópica dos metassedimentos do Grupo do Douro e do N-CIZ. Os dados estruturais, petrográficos e geocronológicos U-Pb, obtidos em zircão e monazite, permitem referir que os granitos são anteriores, ou contemporâneos, à idade de 320 Ma e apresentam evidências de deformação dúctil a frágil, afetando essencialmente a plagioclase, típica dos estados tardi-magmático e sólido. Cada um dos granitos e seus minerais evoluiu por cristalização fracionada, facto que é apoiado pelos perfis de terras raras subparalelos, com decréscimo de terras raras e ligeiro aumento da anomalia negativa de Eu dentro de cada granito, bem como as isócronas Rb-Sr estabelecidas pelos granitos SG e PD. Os valores de (87Sr/86Sr)i não apresentam uma variação significativa nas amostras dos granitos SG e PD, indicando que a cristalização fraccionada foi o principal mecanismo responsável pela sua génese, o que é apoiado pela existência de valoresrelativamente semelhantes, mas irregulares de εNdt nesses granitos. Os mesmos parâmetros de geoquímica de rocha total e mineral mostram que o aplito PD não se pode relacionar com o seu granito hospedeiro PD, nem com os granitos SG e VV, correspondendo provavelmente a um diferenciado dos granitos tardi-D3 existentes nas imediações da área estudada. A diversidade geológica da região de Mondim de Basto é propícia à utilização do trabalho de campo como estratégia no ensino da Geologia a alunos de diferentes anos de escolaridade. Para o efeito, foi preparada uma saída de campo para alunos de Biologia e Geologia do 11.º ano do Agrupamento de Escolas de Moimenta da Beira de forma a promover aprendizagens significativas. Por outro lado, o estudo geológico, mineralógico e geoquímico desenvolvido na região de Mondim de Basto, também permitiram a preparação e desenvolvimento de uma Ação de Formação para professores dos grupos de recrutamento 230 e 520.