Correção do desvio caudal do eixo podofalangico através do corte e ferração de cascos

Data
2016-04-06
Título da revista
ISSN da revista
Título do Volume
Editora
Projetos de investigação
Unidades organizacionais
Fascículo
Resumo
O principal problema dos desequilíbrios do casco é não levarem obrigatoriamente à claudicação. Por isto têm uma elevada prevalência. Apesar de não ser uma condição grave, com o tempo pode levar a sérios problemas, principalmente a nível do osso navicular, articulação interfalângica distal (AIFD) e articulação interfalângica proximal (AIFP), provocando, em casos mais graves, elevados graus de claudicação e diminuição drástica da vida útil do cavalo. Diz-se que um casco tem um desvio caudal do eixo podofalangico (em inglês broken back) quando o ângulo dorsal do casco é mais baixo que o ângulo da quartela (HPA não está alinhado). Ocorre com frequência em cavalos com muita pinça e/ou talões baixos ou esmagados. Este desequilíbrio é tão frequente, que se pensa que até certo ponto pode ser normal. Para a realização deste estudo foram observados 15 cavalos do Centro militar de educação física e desporto (CMEFD) em Mafra, todos com sinais compatíveis com desvio caudal do eixo podofalangico, como, pinça longa, talões baixos ou esmagados, ângulo do casco mais baixo que o ângulo da quartela e com ângulos palmares inferiores a 2 graus. Os animais foram observados por exame estático, exame dinâmico e exame radiográfico com projeções lateromediais das extremidades dos membros torácicos. Foram executadas radiografias antes do aparo, depois do aparo e depois da ferração e para cada momento foi medido o COR, o HPA e o angulo palmar da P3. Foi usada uma ferradura corretiva, recuada, com “rolling”, com um ligeiro alargamento dos ramos para maior suporte em piso mole, batida por dentro para não contactar com a palma e biselada para evitar que os cavalos se desferrassem. Os cascos com desvio caudal do eixo podofalangico podem chegar a estados irrecuperáveis em poucos meses, mas com uma correção precoce esta situação pode ser evitada. E este estudo demonstrou que através do aparo corretivo e ferração, se pode corrigir ou gerir da melhor maneira o desvio caudal do eixo podofalangico e melhorar o equilíbrio do casco. Este tipo de práticas deve continuar durante o resto da vida do cavalo, e deve variar de acordo com as diferentes respostas do casco às forças internas e externas. O objetivo é o equilíbrio.
The main problem of imbalanced hoofs is that these changes do not necessarily lead to lameness. According to studies of Kobluk et al (1989) and Curtis (1999) the imbalance should be corrected as soon as possible because it can lead to serious injuries mainly in the navicular bone, distal interphalangeal joint and proximal interphalangeal joint, and it may cause a high degree of lameness and reduce the horse condition leading to a poor performance. A horse has a broken back hoof-pastern axys when the hoof angle is lower than the pastern angle. In horses with long toe/ low heel this unbalance is so common that is considered normal. For this study were observed 15 horses from Centro militar de educação física e desporto (CMEFD) in Mafra, all with signs compatible with a broken back, as long toe, low or crushed heels, hoof angle lower than the pastern angle and palmar angles with less than 2 degrees. The horses were evaluated through weight bearing examination, examination in motion and radiographic examination with lateral-medial projections of both distal forelimbs. Radiographs were performed before trimming, after trimming and after shoeing, and for each moment we measured the distance between COR and the current hoof center, HPA and P3 the palmar angle. The horses were shod with corrective horseshoes with "rolling" with a slight enlargement of the shoe branches for greater support in soft ground, beat from the inside to avoid shoe contact with the palm and beveled to prevent shoe loss. In few months broken back hooves can reach irreparable states, but it can be prevented with simple correction in early stages. This study has demonstrated that through the described trimming and farriery techniques the broken back hoof can be corrected or managed, balancing the hoof and reducing the aggression to the foot structures and tissues. This practice must continue through the horse life, adapting to the hoof response to internal and external forces. Balance is the goal.
Descrição
Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária
Palavras-chave
Cavalo , Doença dos pés , Distúrbio da locomoção , Desvio caudal do eixo podofalangico , Ferração corretiva
Citação