A Avaliação do risco de queda no cuidado de enfermagem à pessoa em situação crítica

Data
2018-07-23
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Resumo
As intervenções preventivas das lesões associadas às quedas, que põem em causa a segurança da pessoa em situação crítica, devem ter como base uma avaliação de risco com instrumentos válidos e adaptados aos contextos em que são aplicados. O objetivo principal deste estudo foi analisar o risco de queda na pessoa em situação crítica através da aplicação de dois instrumentos de medida: o Modelo de Hendrich II de Risco de Queda (HIIFRM) e a Escala de Quedas de Morse (MFS), no momento de admissão e alta, em função de algumas variáveis (a idade, o género, o tempo de internamento, o diagnóstico clínico, o estado de consciência e de sedação, a presença de contenção física ou restrição da deambulação, o horário de trabalho por turnos e os serviços nos quais a pessoa em situação crítica se encontrava internada). Trata-se de um estudo de natureza quantitativa, descritivo, correlacional e longitudinal. A amostra do estudo (n=158), não probabilística de conveniência, foi constituída pelas pessoas admitidas no serviço de medicina intensiva de nível II e III (UCIM [Unidade de Cuidados Intermédia]) e (UCIP [Unidade de Cuidados Intensivos Polivalentes], UCIC [Unidade de Cuidados Intensivos Coronários]), e serviço de urgência (SO [Sala de Observações]) num centro hospitalar, integrado na Administração Regional de Saúde do Norte, no período compreendido entre fevereiro e março de 2017. Este estudo permitiu verificar que o risco de queda na pessoa em situação crítica não difere significativamente entre o momento de admissão e a alta, para além de ser semelhante se avaliado com um ou o outro instrumento. Dos principais resultados, podemos verificar que fatores de risco associados a um maior risco de queda, foram também visíveis no nosso estudo apresentando significado estatístico se avaliado com um ou outro instrumento, nomeadamente: a idade, o género p<0,01 [HIIFRM]); o tempo de internamento (Rho=0,18 e p=0,02 [MFS]); o diagnóstico (se cirúrgico p=0,02 [MFS], se médico p=0,03 [HIIFRM]); o estado de consciência (Rho= -0,60/ -0,52, p<0,01 [MFS]; Rho= -0,56/ -0,50, p<0,01 [HIIFRM]); o estado de sedação (correlações positivas); a presença de contenção física (p<0,01 [MFS]; p<0,01 [HIIFRM]); o turno (p=0,03 na admissão e p=0,01 na alta [MFS]), e os serviços de internamento da pessoa em situação crítica (p<0,01 [MFS]). Independentemente do instrumento utilizado, os fatores estudados associados ao aumento do risco de queda, devem ser valorizados e identificados nos cuidados especializados de enfermagem à pessoa em situação crítica.
Preventive interventions for injuries associated with falls, that jeopardize the safety of critically ill patients, should be based on a risk assessment with valid instruments adapted to the contexts in which they are applied. The main objective of this study is to analyse the risk of falling in critically ill patients through the application of two measurement instruments: the Hendrick II Risk of Fall Model (HIIFRM) and the Morse Falls Scale (MFS), at the moment of admission and discharge depending on some variables (age, gender, length of hospital stay, clinical diagnosis, state of consciousness and sedation, presence of physical restraint or restriction of walking, shifts and services in which critically ill people are hospitalized). It is a quantitative, descriptive, correlational and longitudinal study. The study sample (n = 158) that is not a probabilistic of convenience, consisted of people admitted to the intensive care unit of level II and III (UCIM [Intermediate Care Unit]) and (UCIP [Multipurpose Intensive Care Unit] UCIC [Coronary Intensive Care Unit]), and emergency service (SO [Observation Room]) in a hospital, integrated in the Regional Health Administration of the North, from february to march 2017. This study made it possible to verify that the risk of falling in the critically ill person does not differ significantly between the time of admission and discharge, nor between the two instruments applied. From the main results, we can verify that risk factors associated with a greater risk of falling were also visible in our study, presenting statistical significance if evaluated with both instrument, namely: age, gender (p < 0,01 [HIIFRM]); time of hospitalization (Rho = 0.18 and p = 0,02 [MFS]); diagnosis (if surgical p = 0,02 [MFS], if medical p = 0,03 [HIIFRM]); state of consciousness (Rho = -0.60 / -0.52, p < 0,01 [MFS]; Rho = -0,56 / -0,50, p < 0,01 [HIIFRM]) and for the sedation status (positive correlations); the presence of physical restraint (p < 0,01 [MFS]; p < 0,01 [HIIFRM]); (p = 0,03 at admission and p = 0,01 at discharge [MFS]), and the hospitalization of the person in critical situation (p < 0,01 [MFS]). Regardless of the instrument used, the studied factors associated with the increased risk of falls must be valued and identified in the specialized nursing care of the critically ill patients.
Descrição
Dissertação de Mestrado em Enfermagem da Pessoa em Situação Crítica
Palavras-chave
doente crítico , cuidados intensivos , cuidados de segurança , ambiente seguro , quedas , avaliação do risco de queda
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