O efeito da quantidade do enxerto de osso esponjoso autólogo
Ficheiros
Data
2007
Autores
Azevedo, Jorge Manuel Teixeira de
Viegas, Carlos
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Resumo
Este trabalho tem como objectivo o estudo da influência da variação quantitativa do
enxerto de osso esponjoso autólogo nas suas potenciais propriedades osteogénicas.
Para tal, recorreu-se a um modelo de osteotomia na ovelha, com a remoção de um
segmento de 4 mm ao nível da diáfise média da tíbia esquerda em vinte e um animais,
estabilizado com placa de osteossíntese e em que se aplicaram diferentes quantidades
de auto-enxerto de osso esponjoso de forma (1) a não preencher na totalidade (1,5 g),
(2) a preencher sem compressão (3 g) e (3) a preencher com uma quantidade excessiva
(5 g) o referido defeito ósseo (n = 5/cada grupo). Realizou-se igualmente (4) uma
osteotomia controlo (n = 6) em que o defeito ósseo permaneceu vazio. A comparação
da evolução da regeneração óssea ao longo do período pós-operatório de 12 semanas
foi realizada através de exames radiográficos convencionais e análise de densitometria
óptica e, após a eutanásia das ovelhas, por densitometria óssea radiológica (DEXA),
análises histológicas e histomorfometria óssea. A densidade óptica foi
significativamente afectada (p<0,0001) pelos tratamento e tempo e ocorreram diferenças
significativas entre os vários grupos em estudo para um mesmo tempo do período pósoperatório:
no pós-operatório imediato e às 2ª (p <0,01), 4ª (p <0,001), 6ª e 8ª semanas
(p <0,05), mas não às 10ª e 12ª semanas (p >0,05) pós-operatórias. A densidade mineral
óssea (BMD), obtida por DEXA, foi de 0,4347 ± 0,3821 g/cm2 no grupo controlo e de
0,7482 ± 0,2327 g/cm2, 0,9517 ± 0,2292 g/cm2 e 1,0409 ± 0,0681 g/cm2 nos grupos que
haviam recebido 1,5 g, 3 g e 5 g de enxerto ósseo, respectivamente. O volume ósseo
(BV), determinado por histomorfometria óssea, foi de 39,2 ± 24,4% no grupo controlo
e de 62,0 ± 14,4%, 76,0 ± 15,2% e 84,0 ± 4,2% nos grupos que receberam 1,5 g, 3 g e 5 g
de enxerto ósseo, respectivamente. A BMD e o BV foram significativamente afectados
(p<0,05 e p<0,01, respectivamente) pelo tratamento não tendo, no entanto, existido
diferenças significativas (p>0,05) entre os grupos que haviam recebido as quantidades
mais elevadas de auto-enxerto de osso esponjoso à 12ª semana pós-operatória.
Concluiu-se não existir vantagem num excessivo preenchimento do local da osteotomia
por auto-enxerto de osso esponjoso, sendo necessário apenas a obtenção da
quantidade necessária de enxerto ósseo ao preenchimento do defeito ósseo da
osteotomia em causa.