O efeito da quantidade do enxerto de osso esponjoso autólogo

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2007
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Resumo
Este trabalho tem como objectivo o estudo da influência da variação quantitativa do enxerto de osso esponjoso autólogo nas suas potenciais propriedades osteogénicas. Para tal, recorreu-se a um modelo de osteotomia na ovelha, com a remoção de um segmento de 4 mm ao nível da diáfise média da tíbia esquerda em vinte e um animais, estabilizado com placa de osteossíntese e em que se aplicaram diferentes quantidades de auto-enxerto de osso esponjoso de forma (1) a não preencher na totalidade (1,5 g), (2) a preencher sem compressão (3 g) e (3) a preencher com uma quantidade excessiva (5 g) o referido defeito ósseo (n = 5/cada grupo). Realizou-se igualmente (4) uma osteotomia controlo (n = 6) em que o defeito ósseo permaneceu vazio. A comparação da evolução da regeneração óssea ao longo do período pós-operatório de 12 semanas foi realizada através de exames radiográficos convencionais e análise de densitometria óptica e, após a eutanásia das ovelhas, por densitometria óssea radiológica (DEXA), análises histológicas e histomorfometria óssea. A densidade óptica foi significativamente afectada (p<0,0001) pelos tratamento e tempo e ocorreram diferenças significativas entre os vários grupos em estudo para um mesmo tempo do período pósoperatório: no pós-operatório imediato e às 2ª (p <0,01), 4ª (p <0,001), 6ª e 8ª semanas (p <0,05), mas não às 10ª e 12ª semanas (p >0,05) pós-operatórias. A densidade mineral óssea (BMD), obtida por DEXA, foi de 0,4347 ± 0,3821 g/cm2 no grupo controlo e de 0,7482 ± 0,2327 g/cm2, 0,9517 ± 0,2292 g/cm2 e 1,0409 ± 0,0681 g/cm2 nos grupos que haviam recebido 1,5 g, 3 g e 5 g de enxerto ósseo, respectivamente. O volume ósseo (BV), determinado por histomorfometria óssea, foi de 39,2 ± 24,4% no grupo controlo e de 62,0 ± 14,4%, 76,0 ± 15,2% e 84,0 ± 4,2% nos grupos que receberam 1,5 g, 3 g e 5 g de enxerto ósseo, respectivamente. A BMD e o BV foram significativamente afectados (p<0,05 e p<0,01, respectivamente) pelo tratamento não tendo, no entanto, existido diferenças significativas (p>0,05) entre os grupos que haviam recebido as quantidades mais elevadas de auto-enxerto de osso esponjoso à 12ª semana pós-operatória. Concluiu-se não existir vantagem num excessivo preenchimento do local da osteotomia por auto-enxerto de osso esponjoso, sendo necessário apenas a obtenção da quantidade necessária de enxerto ósseo ao preenchimento do defeito ósseo da osteotomia em causa.
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